
No princípio do Século XIX ocorreram grandes modificações políticas e econômicas na Europa. Após o colapso do Império Napoleônico, o Congresso de Viena estabeleceu arbitrariamente novos estados, formas de governo e alianças, ficando assim grande parte da Península Itálica sob o domínio Austríaco. A partir daí, a Itália se viu dividida em sete Estados soberanos, surgindo, em consequência, o ideal da unificação, obtida apenas em 1870. Terminada a luta, o sonho de paz e prosperidade foi substituído por uma dura realidade. Com o norte ingressando mais no campo industrial, as riquezas se acumularam nas mãos de poucos, havendo ainda uma forte pressão populacional devido ao regresso dos operários italianos dos países vizinhos, que emigravam temporariamente, com isso, aumentou-se o número de desemprego, camponeses sem terras e a fome.
Deu-se assim, o início da emigração para terras mais distantes, menos exploradas e ricas. Os primeiros imigrantes vindos da Itália chegaram ao Brasil em 1875. Os italianos primeiramente se instalaram no Sul do Brasil. Em 1850, o País decreta a Lei de Terras, em que só se podia ter acesso às terras através da compra das mesmas, e não apenas apossando-se delas, como anteriormente. O fator principal de o Sul ser o pioneiro na imigração italiana se deve ao mais fácil acesso às terras naquela região. Aos italianos, restaram as terras mais inférteis ao longo das serras sulistas, pois as melhores terras já se encontravam ocupadas, sobretudo por imigrantes alemães. Nessas regiões, o italiano se agrupou em colônias agrícolas, muitas vezes compostas exclusivamente por italianos. Desta maneira, o doloroso fato de abandonar sua terra natal se tornava mais ameno, a partir do momento que o imigrante tentava recriar em terras brasileiras características de seu país de origem. As primeiras colônias criadas pelo governo foram na Serra gaúcha, no Rio Grande do Sul, nas atuais cidades de Garibaldi e Bento Gonçalves. Os imigrados no Sul do Brasil eram, em sua maioria, do Vêneto, norte da Itália. Após cinco anos, o grande número de imigrantes obrigou o Governo a criar uma nova colônia italiana, Caxias do Sul. Os italianos se espalharam por várias partes do Rio Grande do Sul, e muitas outras colônias foram criadas por particulares, que vendiam as terras aos italianos. Na região foram criadas as primeiras três colônias italianas: Conde D’Eu, Dona Isabel e Campo dos Bugres, atualmente as cidades de Garibaldi, Bento Gonçalves e Caxias do Sul, respectivamente. Com o tempo, os italianos passaram a subir as serras e a colonizá-las. Com o esgotamento de terras na região, esses colonos passaram a migrar para várias regiões do Rio Grande.
Nas colônias do Sul do Brasil, os imigrantes italianos puderam se agrupar no seu próprio grupo étnico, onde podiam falar seus dialetos de origem e manter sua cultura e tradições. A imigração italiana para o Brasil meridional foi muito importante para o desenvolvimento econômico, assim como para a cultura e formação étnica da população.
A partir de 1910, milhares de gaúchos migraram para Santa Catarina, entre eles, milhares de descendentes de italianos. Esses colonos ítalo-brasileiros colonizaram grande parte do Oeste catarinense.
Fonte: Wikipédia.
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